Engana-se quem pensa que a morte é tão somente o cessar das
nossas funções vitais. A morte é o tempo que nos transforma em outro com seu
andar. Tenho saudades de quem eu era , das minhas ilusões. Lá eu vivia feliz,
como um bobo alegre que faz corte ao rei e a ele se entrega por completo. Ai bufão
que eu era: sorridente e tagarela. Cego em meus devaneios, na redoma calorosa da
bondade e do sonho. E aquele narcisismo
acrítico então...só deixou boas lembranças! Eu que , não vendo vaidades em mim, tampouco as via no outro, podendo amá-lo mais sinceramente...
Mas a foice do tempo e da morte me espreitou matando quem eu
era. E agora lamentar é como gritar ao vento.