sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Fios de Algodão

Manu que por um dia se chamou Sofia lançou-se finalmente aos seus desejos. Fechou os olhos para que sentisse apenas. Foi quando percebeu-se feliz e plena. Absorta no silêncio escuro do quarto azul pôde ouvir seus pensamentos claramente. Buliu com a chama da vela e suas sombras estampadas na parede quase oculta. Deu então de sorrir muito à toa , muito por nada e levantou-se rumo à janela de face de vidro. Abriu-a por onde de fora chovia devagar. Deixou então que todos fios d`agua trazidos pelo vento queimassem seu corpo de frio intenso. Lá fora , os bichos enchiam o ar de burbúrios engraçados feitos de canções. Manu que era Sofia que era menina respirou profundamente o conjunto de aromas que adensavam aquele ambiente e seu espírito. Voltou-se para a cama alva de lábios vermelhos. Chegou até eles beijando-lhes ternamente. " Acorda" , disse à Ilia, " o mundo está todinho encantado". Ilia mostrando um leve sorriso ao ver Manu , enlaçou seu ventre delicado.

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