"Há cem anos um brado de liberdade tomou conta dos altos rios e inaugurou a fase mais radical da Revolução Acreana.
Quando, no início do ano de 1899, os bolivianos tentaram estabelecer seu governo nas terras acreanas, os brasileiros que aqui viviam pegaram em armas e resistiram ao domínio estrangeiro. Foi assim na 1° Insurreição Acreana comandada por José Carvalho, na República do Acre proclamada por Galvez e na delirante expedição dos poetas, já nos idos de 1900.
Por todos esses anos, o sonho de liberdade dos acreanos foi alimentado por uma bandeira criada durante a República de Galvez. Suas cores, verde e amarelo, revelavam o sentimento de brasileiros abandonados por seu país nos confins da Amazônia. Mas a estrela vermelha, no alto do pavilhão revelava também a firme decisão de lutar por essas terras, ainda que fosse preciso derramar seu próprio sangue.
Por isso, quando Plácido de Castro reuniu em Xapuri um exército de seringueiros para deflagrar a fase mais sangrenta e radical da Revolução, mais uma vez foi empunhada aquela bandeira verde, amarela e rubra. A guerra voltava a tomar conta da vida nos seringais acreanos e foi preciso perder e vencer vários combates até o dia da vitória final:
Tomada de Xapuri - 06 de agosto de 1902
1° Combate da Volta da Empresa -18 de setembro de 1902
Combates do Telheiro e do Bom Destino - 23 e 24 de setembro de 1902
2° Combate da Volta da Empresa - 5 e 15 de outubro de 1902
Combate do Bahia - 11 de outubro de 1902
Combate de Santa Rosa - 18 de novembro de 1902
Combate de Costa Rica - 8 de dezembro de 1902
Combate de Porto Acre - 15 a 24 de janeiro de 1903
Sete messes de guerra e centenas de homens mortos. Mas, ao final, os brasileiros venceram e se tornaram os primeiros "acreanos" de nossa história. Desde então, nunca mais essa bandeira, nascida de uma Revolução, deixou de tremular soberana sobre rios e terras acreanas. "
Inscrição do Monumento do Centenário da Revolução Acreana - Rio Branco - 22 de setembro de 2002
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