quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Cantantes e Amortecidas

O que acontece com as cantoras brasileiras de hoje? Tão previsíveis e padronizadas. De uma estética construída e sem graça. Daquela beleza que satisfaz os que têm medo do novo, da ruptura. Digo das atuais cantoras de samba, tão em moda, tão bem ditas. Todas iguais. Moças delicadas, com um quê de descolado. Fingindo para si mesmas (e para os tolos) que não fazem parte das mulheres fúteis só porque cantam (eu digo cantam e não interpretam) Cartola e Noel rosa. Flores na cabeça, cabelo encaracolado, vestidinho de algodão. A voz suave e polida. Despersonalizada. Muitas vezes a letra vem pretensiosa, incompatível com sua postura no palco, contida e ensaiada. Delas não se faz uma. Todas são um eco da produção. Feitas para serem agradáveis, afinadas e óbvias. Não que elas não tenham sua utilidade. São perfeitas como música de fundo em um café. Poderiam fazer parte do repertório do Starbucks por exemplo. Mas são incapazes de emocionar porque não são artistas. Falta força, energia. Basta rever uma interpretação de Elis Regina ou Cássia Eller para perceber a ausência de personalidade própria e naturalidade dessa nova geração. Para quem sente, ser bonitinha não pode vir antes do que simplesmente ser.


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