Vaidade aqui é o valor extremado – desproporcional- que um ser faz de si e de tudo o que lhe diz respeito: do que fala, veste, come, vê; é a certeza de que ele está sendo atentamente observado, de que sua opinião importa muito a muita gente e de que mobilizações advirão a cada ação ou omissão proporcionada. Sua condição patética se dá por desconhecer sua própria pequenez, pela falta de humildade que é resultado senão de uma ignorância profunda do tempo e espaço em que vive. É exatamente aquele tipo que todo mundo já deve ter enfrentado no trabalho ou em uma mesa de bar falando histericamente de si, condicionando seu próprio valor ao status que seu trabalho, mulher, marido, carro, casa ou viagem de férias possui no mercado social. É o vaidoso que gasta tempo e energia preciosos para que seja visto pela massa disforme (a qual ele mal vê e pela qual nada sente). Não é difícil perceber que tudo isso leva a uma terrível frustração na medida em que a postura do vaidoso, embora ativa, não garante, ou pior, atrapalha relações afetivas profundas.
Vale ainda observar que a direção dos nossos esforços vaidosos pode nos sinalizar o quão importante eles são: se a um individuo específico; há de serem valiosos pois uma pessoa é capaz de amar e ser amada nos trazendo imensuráveis recompensas emocionais. Se a um grupo social; não. Neste caso a vaidade poderá ser um verdadeiro pecado capital.
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