“E então Fritz me contou que o que lhe permitiu resistir durante os quase três anos no campo de prisioneiros no Arizona foi a autorização de ler livros: ele passou aqueles anos lendo e relendo os clássicos americanos e ingleses. E eu lhe contei que o que me salvou quando eu era estudante no Arizona, à espera de crescer, à espera da hora de fugir para uma realidade mais ampla, foi ler livros traduzidos e também livros originalmente em inglês. 
Ter acesso à literatura, à literatura do mundo, era escapar da prisão da futilidade nacional, da vulgaridade, do provincianismo compulsório, do ensino vazio, dos destinos imperfeitos e da má sorte. A literatura era o passaporte para entrar numa vida mais ampla; ou seja, a região da liberdade. 
Literatura era liberdade. Sobretudo numa época em que os valores da leitura e da introspecção são tenazmente contestados, a literatura é liberdade.”  
Susan Sontag em "Literatura é Liberdade"  - Discurso ao receber o prêmio Friedenspreis
 
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