sexta-feira, 6 de setembro de 2013



Aquiles enfrentou seu luto por  Patroclo sujando suas mãos de sangue.  Atravessou sua própria dor pela brutalidade da guerra , pelo assassinato de Heitor, pela loucura da morte e do ódio cego.  Mais sorte ele possui,  por poder dar destino heróico e sentido à insensatez dos acontecimentos da vida. Ainda que, para isso, não tardasse a chegar o castigo dos deuses e, desse fato, a tragédia.  Porém , mais trágica que a própria tragédia é a pequeneza de espírito. Pois pobre daquele que perde seu melhor amigo para o egoísmo, o tédio , o orgulho e a vaidade.  O ato heróico é inseparável de um inimigo nobre, cujo rosto se vê. Então , o que se faz com um vilão cujo espectro é o rosto difuso da mediocridade? Antecipa-se a desistência. E louva-se a letargia: apenas morre-se aos poucos.


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