domingo, 20 de março de 2011

A Cidade Branca

Pedras brancas macias, polidas pelos ventos, vastas colunas gregas ornam a cidade branca. Mármores e camafeus. Uma flor de lótus representa um deus no centro das suas praças circulares. Outro ser galopa, um unicórnio corta a brancura do ar, avança sobre fontes donde jorram leites, sobre templos. Jonathan é o único homem da cidade branca e se veste com uma máscara de Zeus. Ele talha esculturas brancas sobre sua cidade, perfaz estátuas de homens e animais que se espalham pelos quatro cantos do reinado. Inscreveu sobre uma pedra o formato da raia e sua longa cauda. Agora esculpe o quadrado e a estrela de oito pontas.
Circunda os limites da cidade, ondula, o mar cujas espumas claras trazem pequeninos cristais ovais para o baixio. Ali, aves pernaltas, de oito palmos redondos, dançam elegantes o canto sagrado do mar. Em tanto de seis movem-se harmônicas e circulares sobre a areia deixando nela a marca compassada das suas passadas. No segundo seguinte neva. Transpassa os corpos das pedras o som da harpa e por todo tempo, no horizonte, a luz se renova e atinge, com a união das suas cores, a alma de todas as coisas. Uma luz branca, sem sol, enorme por sua constância e intensidade.

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